Posts Tagged ‘Ética

24
abr
12

4 razões para ser homofóbico

Ultimamente odiar gays/lésbicas/travestis e tudo que for possível ser, ta na moda. Temos como principais fomentadores dessa cruzada “anti-gay”, Bolsonaros/Crivellas/Malafaias/R.R. Soares da vida. Irei mostrar um dos principais argumentos (não dá pra chamar disso, mas eles juram de pé junto que são) para ser homofóbico – de acordo com os intelectuais pró-morais e bons costumes.

1 – Pois a palavra de Deus (bíblia) condena isso! EM O NOME DE JESUS!

Apesar de não ser uma exclusividade protestante odiar gays, é bem comum vermos o ódio disseminado por algumas figuras específicas. Como o próprio Silas Malafaia, da Universal, uma das mais lucrativas representativas desse nicho.

Afirmam que a bíblia condena relações homossexuais e sodomia, assim como sexo antes do casamento e que as mulheres falem sem a permissão dos homens. Também diz que devemos apedrejar adúlteras e oferecermos nossas filhas para estupradores, afim de resguardar nossos hóspedes. Sem esquecer de mencionar que devemos estar prontos para sacrificar nossos filhos, caso Deus peça.

Sinceramente, a bíblia não deveria ser utilizada como guia ou parâmetro para ninguém em 2012. É um livro velho, escrito por diversos autores ao longo de anos, refletindo uma moral/ética absurdamente antiga e pertinente aquela época. Sequer sabe-se quem foram os autores do velho testamento, para afirmarem com tanto fervor ser a palavra de Deus – Não, é a palavra do homem e sua grande criação – deus.

2 – Isso é imoral! Queremos os velhos costumes e a família de volta!

Esse tópico é altamente ligado ao primeiro – pois naturalmente essa moral terá como base alguma religião. N0 caso do Brasil predominantemente a cristã. Família tem que ter pai/mãe/filhos. Nunca pai/pai ou mãe/mãe. Bem esse “argumento” não se baseia em nenhuma estrutura séria ou lógica. Apenas nos dão uma estrutura de família que é considerada a certa X sendo o Pai, Y sendo a mãe e Z¹, Z², Z³ e etc sendo filhos.

Partindo que essa é a equação correta X+Y+Z¹²³ = família, então realmente não há por onde escapar. Acontece que aonde diabos isso tá escrito? Quem disse que essa equação é a correta e que nada que se difere disso pode funcionar? Ninguém disse. Nós dissemos e tomamos por verdade absoluta. Família pode ser qualquer coisa, desde que você queira chamar assim. Não necessitamos laços de sangue tampouco ser da mesma espécie (filhos adotivos e até bichos de estimação são considerados famílias). Querer usar de um argumento falacioso, baseado no porra nenhuma que um Y+Y+Z¹²³ ou X+X+Z¹²³ não possa constituir família é idiota. Expressa apenas uma moral que VOCÊ possui, mas infelizmente (para você, que pensa assim) ela não molda a realidade. Por favor, não tentem impor sua ética e moral para os outros – você pode estar tremendamente errado.

3 – Não é natural! Na natureza não existem bichos “bichas!”

Errado. Existem diversos comportamentos já registrados de relações homossexuais na natureza. Com alguns felinos (leopardos) e com diversos primatas.
Em 1999 um zoólogo canadense chamado Bruce Bagemihl publicou um livro chamado “Biological Exuberance” aonde retrata seu estudo e observações a respeito de mais de 450 espécies distintas. Diversas delas possuiam relações homo além da hétera. Outros estudos apontam que em algumas destas espécies (especialmente aves) as relações homossexuais são mais vantajosas para criação e cuidado dos filhotes, por exemplo. Levaria uns 40 posts para citar todos os estudos e observações feitas acerca de relações homossexuais na natureza – portanto aos curiosos e defensores desse argumento estúpido – google it.

4 – É uma doença e pode ser curada!

Essa é a mais hilária de todas. Já ouvi várias vezes pessoas com o papo “Awww tem uns estudos ai, que provam que é falta de “uma coisa” no cérebro da pessoa que deixa ela gay.” Gostaria que alguém que estivesse lendo isso e sabe de um estudo destes, me mostrasse. Sinceramente nunca vi, por mais que eu procure, alguma coisa que demonstre isso. Todos os estudos que conheço cairam por terra (especialmente os endócrinos, que algumas décadas atrás, acreditava-se ser hormonal). Alguns psicólogos (com a ajuda do sangue de cristo) se dizem capazes de “curar” um gay. Através de terapia, palavra de deus e…er…enfim, eles dizem ser capazes disso.
Vale ressaltar que o conselho federal de psicologia já se manifestou acerca desses “psicólogos” e condenou essa prática, por não existir NADA SÉRIO que comprove que homossexualidade é uma doença, tampouco algo passível de ser tratado.
Vai uma das fontes da notícia, para os mais céticos – aqui.

Bem isso cobre as principais argumentações que vejo rolando por ai…bem só falta agora usarem a física quântica para explicar por que ser gay é anti-material ou “prejudicial para o equilíbrio cósmico”. Estou ansioso para ouvir essa!

14
out
11

Design publicitário?

Dando continuidade aos posts voltados para design, agora com um foco maior no gráfico.

Palavrinhas chaves nos dias de hoje, enquanto sociedade, Mercado e Propaganda. Quem nunca ouviu falar dessas palavrinhas? Podemos até não compreende-las corretamente (o que é comum, visto que todas abrangem significados bem complexos de sistemas), mas certamente se pudéssemos entrevistar pessoas nas ruas e perguntassem o que é publicidade/mercado/propaganda para elas, muitas teceriam comentários no mínimo, pertinentes acerca dessas áreas.

Existem diversas formas de publicidade/marketing e propaganda. Se estudarmos a fundo essas áreas veremos milhões de estratégias, modos, pensamentos e até mesmo gestalt atuando na construção e funcionamento das mesmas. A verdade é que a definição destas três disciplinas ainda não são claras para mim – muitos dizem que são coisas distintamente diferentes, mas ao meu ver as três se complementam e atuam uma sobre a outra. Para fins objetivos irei me ater neste momento ao marketing/publicidade inicialmente.

No design gráfico é comum associarmos de maneira quase que inerente a publicidade ou o marketing a área. Pois lidamos com o público alvo, famoso alvo de pesquisas e análises. Conhecer seu público/cliente é algo considerado obrigatório afim de se ter um “bom” design (aquele que comunica visualmente sem esforço, lembram?). Felizmente existem designers gráficos que discordam disto, o que gera discussão e no mínimo, nos fará pensar – Publicidade e marketing tem presença obrigatória no design gráfico?

Eu diria, não, não tem. Depende de sua finalidade com aquele projeto. Se for para agradar o cliente que tá te pagando, então terá sim, você fará de tudo para vender sua ideia e agradar. Se seu projeto for para a solução de um problema de um sistema ou projeto gerado por você, onde o cliente tem consciência que seu gosto pessoal não é importante, então não, seu objetivo estará claro como uma resolução sistemática de um problema e não em agradar um possível público alvo.

Segue uma citação abaixo do livro “Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil” da Cosac Naify, para fins ilustrativos da questão levantada.

Quando o departamento de marketing, mais ligado à publicidade, faz a intermediação, o cliente sempre vai dizer coisas do tipo: “Não gostei desse vermelho, consultei minha mulher e ela me disse que não pode ser vermelho.” O diretor de marketing vai ao escritório e pede para mudar. Eu não posso fazer isso.

Wollner expõe um fato comum, que já vi diversas vezes ser retratado por professores militantes na área, por mim e diversos outros amigos que trabalham com freelas ou estagiam – o gosto “pessoal” interferindo em seu trabalho e a intermediação do cliente feito por um departamento “comercial” ou de “publicidade/marketing.”

O compromisso do design gráfico (nestes casos, ao meu ver) não é ser uma máquina de agrado e sim de resolução de problemas em um nível semiológico. Não é apenas apertar a porca e evitar o vazamento do cano de água velho e enferrujado e sim a substituição do sistema inteiro para evitar futuros vazamentos.

Penso em design como projeto, sistema. Podemos desenvolver sistemas para uma identidade visual completa ou até mesmo para cartazes. Talvez por um motivo cultural brasileiro (o famoso dá um jeitinho ai) não tenhamos essa cultura de pensarmos a longo prazo e planejar. O Design na maioria dos casos (pequenas e médias empresas) é visto de maneira errônea e completamente menosprezado.

Quantas vezes já ouvi de colegas de trabalho, quando surgia uma demanda “Pô, tem um cliente ai, que quer uma peça X. Então faz uma arte bem maneira ai, tipo assim e depois manda pra aprovar.

Esse era o briefing. Claramente minha função era de adivinhar e fazer algo que o cliente gostasse e não projetar algo efetivo para os fins daquele cliente, fossem propaganda, divulgação ou quaisquer que pudessem ser seus motivos.

Tudo se resumia em “deixar o cliente feliz” e não em realmente resolver um problema.

Colocar isso de maneira suscinta, estudar 4 anos, aprender sistemas, gestalt, tipografia além de diversos outros conhecimentos teóricos como semiologia, linguagem visual, signos e etc, para ser um profissional que “Agrada clientes.” ou que “Faz uma arte maneira.” ?

Sinceramente, não precisamos estudar design para sermos artistas. Mesmo. Qualquer um pode ser artista. O sucesso dele dependerá de quantidade de pessoas que ele conseguir agradar. Simples assim. Ele correrá atrás do conhecimento necessário em um caso ou outro para agradar aquele cliente em específico, que quer um efeitozinho de carimbo ali, que requer um brushzinho do photoshop especial aqui e etc.

Infelizmente isso só mostra que nossa profissão não está consolidada e oficializada no papel, como também no mercado. Design pode desempenhar a função do “agradar o cliente”, mas ele não se resume a isso.

Acontece que o lucro bruto, em sua maioria, está na mão daqueles que agradam o cliente fazendo que os que reclamam deste tipo de prática do mercado escutem coisas como “Aw, então morre de fome ué!“.

Continuação em breve…

01
mar
10

Conceitos utópicos

Matar é errado. Roubar é desprezível. Espíritos existem. Deus existe.
Para boa parte das pessoas que lêem este blog, provavelmente todas as afirmativas acima são verdadeiras e fazem parte do que chamaríamos de “senso-comum”. Acontece que se uma das afirmativas for negativa para uma pessoa (ou um grande grupo delas) o senso deixa de ser comum? Ou ele nem sequer existe?

Constantemente vejo esses termos sendo utilizados em tópicos de fóruns, comentários em blogs a respeito dos mais diversos assuntos. Nós tendemos a ver o mundo através de nossas lentes. Não irei aqui discutir os possíveis fatores que constroem tais lentes nem suas razões. Irei apenas me atentar ao produto que essas lentes geram.

O que é senso-comum? Senso comum seria toda aquela resposta gerada a certas condutas, de modo que fosse comum – ou seja – todos iríamos ser quase como robôs, se a condição fosse lançada o produto sempre seria o mesmo. Gerando a resposta comum. Um evento gerando sempre o mesmo final. Acontece que como não somos programados na lógica “if”, é difícil dizer que exista um senso-comum entre nós.

Algumas perguntas, serão quase senso comum, devido ao alto número de respostas positivas acerca da afirmativa. Matar é errado, provavelmente seria uma destas. Praticamente todos concordaríamos (sei que não, mas vamos dizer que sim, a nível de experimentação), mas será que as razões que levam a tal resposta comum são as mesmas? Será que matar é errado para mim pelos mesmos motivos que todos as outras pessoas? Diria que não. Provavelmente as razões para não se matar seriam tão diversas, que mais uma vez é difícil estabelecermos padrões de “senso”, afim de chamá-lo de senso comum ou padrão.

Quando discutimos qualquer assunto, lemos textos ou opiniões contrárias as nossas de termos subjetivos como religião, moral, ética e etc, tendemos a refutar argumentos utilizando dessas palavrinhas mágicas. “É óbvio que matar é errado, nosso senso-comum diz isso!” Será mesmo? Por qual razão? Não seria somente pois nós achamos ser errado, logo é? Não há certo e errado, há apenas como nos sentimos em relação a tais atos. Se eu for lucrar muito da morte de alguém e me sentisse bem com isso, o que me impediria de matar? Senso-comum? Inferno? Acho que não.

Diria que o que me impede de fazer coisas que julgo “más”, não vem de um senso estrito de moral e ética. Não vem de medos de uma punição divina. Vem de um motivo puramente egoísta – simplesmente não conseguiria dormir e viver minha vida normalmente. Aquele ato que julgo errado iria me atormentar de tal maneira que não o conseguiria fazer. Esse “desespero” que funciona como trava moral, é irracional. Não sei explicar o que me levaria a ter tanto peso na consciência ao cometer algo que julgo errado, simplesmente é como eu me sentiria.

Isso seria minha “alma” se manifestando? Esses valores irracionais que carregamos conosco? Improvável. Acho que são fatores gerados por diversos motivos, que como mencionei anteriormente, não irei entrar neste mérito.

Fica claro que ao pensarmos sobre qualquer assunto e discutirmos questões subjetivas, não deveríamos nos ater a argumentos tão fracos como “senso comum” ou “moral”. Pensar que algo por ser “unânime” entre todos, constitue realidade é um engano. Entendermos também que verdade não há(?) São ditas tantas “verdades” diferentes ao mesmo tempo, que dificilmente conseguiríamos saber o que realmente é. Se é.

São todos conceitos. E como tais variam de pessoa para pessoa. Vamos deixar de lado essa máxima. Não explica nada, não refuta nada. Vamos problematizar. =)




Aterro Sanitário

Lixo da Vez - Ronaldo o FENOMENO?!

Oi, queria agradecer ao espaço cedido pelo amigo e também entusiasta da copa, Bocadoogro.
Vocês sabem que eu sempre fui brasileiro desde que nasci no Brasil. Gosto muito do brasil e vou curtir muito assistir a copa do meu telão de cinema na minha casa lá na europa.

Mas vim aqui para um assunto mais importante. Essa palhaçada toda de protesto a respeito de usar dinheiro da copa para fazer hospital. Amigo, repito e disse, não se faz copa com hospital! Precisamos de estádio. Esse dinheiro que foi pro estádio não iria para hospital. Se não fosse pela copa o estádio nem o hospital existiria.

Vocês reclamam de hospital, não entendo! Sempre que fico gripado ou preciso de médico o Sírio-Libânes tá lá de boa. Não entendo essas reclamações. Neste ponto eu apoio meu amigo Pelé, grande sábio. Vamos esquecer essas bobeiras e focar na copa.

Grande abraço para vocês, do Ronaldinho Fenômeno.