Olá internet! Mais uma vez tirando o pó deste meu esquecido blog.
Aos pouquíssimos que me acompanham, sabem que tive uma experiência extraordinária, que foi morar em Nova Iorque por 1 ano, participando do programa Ciência sem Fronteiras. Estou no Brasil desde agosto de 2013. Já já fará um ano que eu voltei e somente agora percebi que muitas coisas mudaram – permanentemente.
Eu mudei como profissional e designer. A mudança mais aparente e a que haveria de se esperar. Fui exposto a tantas coisas novas e a um ambiente REALMENTE acadêmico (não é o que eu encontro por aqui na minha área) que não poderia ser diferente – Aprendi muito nesse 1 ano. Conheci professores e colegas de profissão que marcaram profundamente minha forma de aprender e conhecimento. Claro – ainda fiz uns amigos no processo.
Essa mudança foi ótima. Não quero parar. Quero investigar e continuar mais e mais neste processo e ritmo de aprendizado. Tudo bem que lá fora era muito fácil aprender várias coisas novas todo dia. Bastava ir para a faculdade e mesmo que com intuito de vadiar, era sempre um aprendizado. O laboratório vivia cheio de alunos brilhantes e projetos malucos. Era um aprendizado por osmose. Aqui não é tão fácil, especialmente se tratando da minha universidade, mas tenho mantido meu ritmo de estudos e aprimoramento com o que eu tenho.
Acho que isso acaba até gerando uma capacidade de nos virarmos como podemos aqui no Brasil. Não temos as coisas muito fáceis e trezentos professores doutores ali pertinho ao alcance de uma conversa pós aula. O ambiente faz um bocado de diferença em todo o processo. Especialmente se tratando de um ambiente acadêmico.
Segunda mudança é a menos perceptível. Aquela que poucos notam e poucos sabem. A pessoal, subjetiva.
Voltar e achar que tudo e todos continuam a mesmice de sempre. Uma analogia nerd da porra que curto fazer é baseada na morada do templo lá de Dragonball Z. Lembram aquela sala lá no templo de Kami-Sama (acho que escreve assim) aonde 24 horas da terra equivalem a 1 ano inteiro lá dentro? Pois então me sinto exatamente assim. 1 ano em Nova Iorque pareceram 24 horas para as pessoas e as coisas em geral aqui no Brasil.
Andei lendo sobre isso e vi várias pessoas que tem sensação semelhante, especialmente com os amigos. Aqueles super amigos que no final acabam se tornando “aquela pessoa que eu falo quando esbarro na rua” por simples afastamento natural.
Eu sei que as coisas mudaram e as pessoas também. Nada fica estático por 1 ano, inerte. Problema é aguçar minha percepção para driblar isso. Pensei que estivesse enlouquecendo, mas vejo que é algo meio que natural e nada especial. Maioria dos depoimentos de pessoas que passaram por experiência semelhante reportaram a mesma coisa. As pessoas a sua volta pareciam entediantes e paradas no tempo, o que no final levou-as a procurar novas amizades e pessoas mais alinhadas com suas recem-adquiridas perspectivas devido a experiência vivida.
Planos para o futuro, obviamente, envolvem sair do país sim. Claro, em parte por insatisfações diversas, não irei negar, mas em peso maior pelo simples fato de saber que existe um mundo gigante lá fora e tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo!
Não dá para ficar se imaginando parado sendo uma manchinha no mapa. Vive-se apenas uma vez. =)